segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Porque optar por um parto consciente vai lhe causar algumas decepções

Eis um fato incontestável! Quando uma mulher e seu companheiro optam por buscar uma gestação, parto e pós-parto mais conscientes, quando essas pessoas buscam escolhas informadas, inicia-se um processo de crise com aqueles que os rodeiam, sejam familiares ou até mesmo amigos.

É impressionante como seja lá quem for esse casal/família, haja vista a mídia ter noticiado que até a Wanessa Camargo foi criticada pelo próprio pai por optar por um parto normal, o processo de conflito com a sociedade terá inicio.

Depois de observar vários casos em que o fenômeno se deu, passei a refletir sobre a razão que faz com que as pessoas se incomodem tanto com o parto alheio.

Vivemos em uma sociedade imediatista e de opiniões pouco críticas e nada profundas. A maioria esmagadora das condutas executadas são comportamentos replicados, sem que o sujeito praticante da conduta sequer tenha refletido sobre o porque de sua atitude.

O chamado parto humanizado e tudo o que engloba essa escolha nada mais é do que o retorno do poder e centro de atenção à mulher. Por isso fala-se tanto em empoderamento!

Optar por um caminho onde as escolhas são feitas é contrário a "optar" por uma cesárea sem necessidade. Isso porque sem informação segura, informação REAL, não há escolha e sim indução a participar de interesses que não o da mulher e menos ainda do bebê.

Fazer escolhas é um grito de liberdade, é retomar para si o direito que sempre foi e sempre será da mulher, a única e verdadeira protagonista desse momento. Direito que tem sido roubado, com as desculpas e motivos mais banais possíveis, por vezes fazendo com a própria gestante sinta que foi sua a escolha da cirurgia desnecessária.

Fazer escolhas na realidade em que vivemos é ser excêntrico! E não somente tendo o parto como referência. Hoje uma pessoa que escolhe, verdadeiramente falando, é considerado um lunático.

Pretender ser diferente da massa, ser uma pessoa mais consciente em qualquer aspecto da vida irá causar questionamentos e, em muitas vezes, reprovação da sociedade.

Portanto quando um casal/família optar por reivindicar seu direito de fazer escolhas durante a gestação, o parto e o pós-parto, direito esse que foi suprimido pela indústria de cirurgias cesarianas sem reais indicações, eles serão considerados loucos e como tal sofrerão toda sorte de comentários maldosos e também o inevitável desrespeito vindo de familiares e amigos.

É bastante desagradável e desgastante lidar com esse conflito, especialmente pelo fato de esperarmos apoio e compreensão daqueles que nos são mais próximos.

Penso também que muitas pessoas se sentem atacadas, e levam como ofensas pessoais o fato de não fazermos como eles fizeram. Então, o familiar/amigo que já tem filhos e por exemplo passou por uma cesárea, e na concepção desta pessoa tudo correu bem, pensa que não há porque você (a pessoa que está gestando) escolher algo diferente.

E você (que está gestando), como uma pessoa que respeita a escolha e história de cada um, não invade e julga a vida deste familiar/amigo afirmando que a cirurgia pode ter sido desnecessária, que procedimentos podem ter sido realizados contrários ao que preconiza a Organização Mundial de Saúde, que o melhor e mais seguro para mãe e bebê é sim o parto normal, e que as reais indicações de cesárea são poucas e por fim, que a taxa recomendada pela OMS é de apenas 15%, enquanto o Brasil convive com taxas de até 90% na rede privada.

É preciso que se entenda de uma vez por todas, faço esse apelo porque realmente gostaria que isso ficasse compreendido, que quem opta por um parto consciente não culpa as mulheres que passaram por uma cesárea sem real necessidade.

Não! Nós não culpamos nenhuma mulher que tenha se submetido a uma cirurgia cesariana (e tampouco culpamos as mulheres que de fato necessitaram da cesárea para salvar suas vidas e a de seus bebês!!!).

Apenas entendemos que essa mulher, que teve uma gestação saudável, sem intercorrências, e que poderia perfeitamente vivenciar a experiência do parto, não recebeu informação adequada sobre riscos e consequências. Essa mulher não teve seu direito respeitado de ser protagonista de um momento muito importante em sua vida. Essa mulher não foi informada sobre as condutas praticadas com o seu bebê, sobre a importância de respeitar o tempo dele. Essa mulher foi tratada e vista como meramente uma "mãezinha" que devia ocupar-se com os cuidados do quarto e enxoval de seu filho, enquanto o tal doutor lhe dizia que ele era o responsável pelo parto.

Nós, mulheres que escolhemos não acreditar que nossos corpos são um erro da natureza, um perigo para nossos bebês, tão mulheres quanto essa outras mulheres que tiveram seus partos roubados, apenas queremos dizer que desejamos com todo nosso coração que cada mulher levada a crer na incapacidade de seu corpo possa experimentar a alegria de ser protagonista, desejamos que partos não sejam mais roubados, que corpos não sofram intervenções desnecessárias, que bebês possam nascer no seu tempo, desejamos que profissionais não pensem somente nos seus interesses, desejamos ardentemente que pare de se dizer que o corpo da mulher é defeituoso e incapaz de parir e por isso precisa de tecnologia para fazer algo tão sagrado quanto dar à luz.

Nós desejamos que todas as mulheres possam entrar em contato com sua força e com isso possam fazer suas próprias escolhas, sejam elas em qualquer momento da vida. Nós acreditamos que toda mulher tem direito e merece atenção e cuidado durante sua gestação e é dever dos profissionais que assistem à essa mulher oferecer informação segura para que essa mulher faça escolhas INFORMADAS.

Quando a premissa de informação REAL/SEGURA não é respeitada a mulher é vítima do sistema obstétrico brasileiro. Em vista disso, a crítica que é feita em relação à cesáreas sem necessidade jamais se dirige a mulher, que é apenas uma vítima desse modelo.

Nós mulheres estamos do mesmo lado, muitas já tiveram seus partos roubados e após se darem conta disso conseguiram seu VBAC, como é o caso da cantora Wanessa Camargo.

De uma vez por todas que fique claro que a busca por um parto consciente, que assumir o protagonismo da MULHER não é um ataque a quem passou por uma cirurgia, é simplesmente um direito de toda gestante, conectar-se com seu corpo e fazer suas próprias escolhas.

Por Gabriela Bosse em www.despertarmaterno.com.br

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Muitas ...


Dizem: quando nasce um bebê, nasce uma mãe também. E um polvo. Um restaurante delivery. Uma máquina de chocolate prontinho. Uma mecânica de carrinhos de controle remoto. Uma médica de bonecas. Uma professora-terapeuta-cozinheira de carreira medíocre. Nasce uma fábrica de cafuné, um chafariz de soro fisiológico, um robô que desperta ao som de choro. E principalmente: nasce a fada do beijo.

Quando nasce um bebê, nasce também o medo da morte - mães não se conformam em deixar o mundo sem encaminhar devidamente um filho.

Não pense você que ao se tornar mãe uma mulher abandona todas as mulheres que já foi um dia. Bobagem. Ganha mais mulheres em si mesma. Com seus desejos aumentam sua audácia, sua garra, seus poderes. Se já era impossível, cuidado: ela vira muitas. Também não me venha imaginar mães como seres delicados e frágeis. Mães são fogo, ninguém segura. Se antes eram incapazes de matar um mosquito, adquirem uma fúria inédita. Montam guarda ao lado de suas crias, capazes de matar tudo o que zumbir perto delas: pernilongos, lagartas, leões, gente.

Mães não têm tempo para o ensaio: estreiam a peça no susto. Aprendem a pilotar o avião em pleno voo. E dão o exemplo, mesmo que nunca tenham sido exemplo. Cobrem seus filhos com o cobertor que lhes falta. E, não raro, depois de fazerem o impossível, acreditam que poderiam ter feito melhor. Nunca estarão prontas para a tarefa gigantesca que é criar um filho - alguém está?

Mente quem diz que mãe sente menos dor - pelo contrário! Ela apenas aprende a deixar sua dor para outra hora. Atira o seu choro no chão para ir acalentar o do filho. Nas horas vagas, dorme. Abastece a casa. Trabalha. Encontra os amigos. Lê - ou adormece com um livro no rosto. E, quando tem tempo pra chorar - cadê? -, passou. A mãe então aproveita que a casa está calma e vai recolher os brinquedos da sala. “Como esse menino cresceu”, ela pensa, a caminho do quarto do filho. Termina o dia exausta, sentada no chão da sala, acompanhada de um sorriso besta.

Já os filhos, ah… Filhos fazem a mãe voltar os olhos para coisas que não importavam antes. O índice de umidade do ar. Os ingredientes do suco de caixinha. O nível de sódio do macarrão sem glúten. Onde fica a Guiné-Bissau. Os rumos da agricultura orgânica. As alternativas contra o aquecimento global. Política. E até sua própria saúde. Mães são mulheres ressuscitadas. Filhos as rejuvenescem, tornando a vida delas mais perigosa - e mais urgente.

Quando nasce um bebê, nasce uma empreiteira. Capaz de cavar a estrada quando não há caminho, só para poder indicar: “É por ali, filho, naquela direção”.

Por Cris Guerra.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Por que os cães vivem menos que as pessoas?

Por que os cães vivem menos que as pessoas?

Aqui está a resposta (por uma criança de 6 anos):

Sendo um veterinário, fui chamado para examinar um cão irlandês de 13 anos de idade chamado Belker.
A família do cão, Ron, sua esposa Lisa e seu pequeno Shane, eram muito ligados a Belker e esperavam por um milagre.

Examinei Belker e descobri que ele estava morrendo de câncer. Eu disse à família que não poderia fazer nada por Belker, e me ofereci para realizar o procedimento de eutanásia em sua casa.

No dia seguinte, eu senti a sensação familiar na minha garganta quando Belker foi cercado pela família. Shane parecia tão calmo, acariciando o cão pela última vez, e eu me perguntava se ele entendia o que estava acontecendo. Em poucos minutos, Belker caiu pacificamente dormindo para nunca mais acordar.

O garotinho parecia aceitar a transição de Belker sem dificuldade. Sentamo-nos por um momento nos perguntando por que do infeliz fato de que a vida dos cães é mais curta do que a dos seres humanos.

Shane, que tinha estado escutando atentamente, disse:'' Eu sei por quê.''

O que ele disse depois me espantou: Eu nunca tinha escutado uma explicação mais reconfortante que esta. Este momento mudou minha maneira de ver a vida.

Ele disse:'' a gente vêm ao mundo para aprender a viver uma boa vida, como amar aos outros o tempo todo e ser boa pessoa, né?''

'' Bem, como os cães já nascem sabendo como fazer tudo isso, eles não tem que ficar por tanto tempo como nós.''

O moral da história é:

Se um cão fosse seu professor, você aprenderia coisas como:

Quando teus entes queridos chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-los.

Nunca deixe passar uma oportunidade de ir passear.

Permita que a experiência do ar fresco e do vento, na sua cara, seja de puro êxtase.

Tire cochilos.

Alongue-se antes de se levantar.

Corra, salte e brinque diariamente.

Melhore a sua atenção e deixe as pessoas te tocar.

Evite morder quando apenas um rosnado seria suficiente.

Em dias quentes, deite-se de costas sobre a grama, com as pernas abertas.

Em um clima muito quente, beba muita água e deite-se na sombra de uma árvore frondosa.

Quando você estiver feliz, dance movendo todo o seu corpo.

Delicie-se com a simples alegria de uma longa caminhada.

Seja fiel.

Nunca pretenda ser algo que no é.

Se o que você quer, está enterrado... cavoque até encontrar.

Quando alguém tenha um mal dia, fique em silêncio, sente-se próximo e suavemente faça-o sentir que está aí... !

domingo, 23 de novembro de 2014

O que é vernix?

Vérnix, o que é isso? E porquê não devo ter pressa pra dar o primeiro banho no meu recém-nascido?
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 por Gaby
bebê vérnixPouquíssimas pessoas tem a chance de ver e de tocar no vérnix, substância branca e gordurosa que cobre o corpo do bebê dentro do útero e ao nascimento, já que erroneamente, a prática hospitalar é fazer grande esfregaço no corpo do bebê antes e durante o banho até retirar todos resquícios de qualquer substância natural que o cubra.

O vérnix se forma pelo acúmulo de sercreção das glândulas sebáceas, células epiteliais e lanugem. Quanto mais avançada for a idade gestacional, menos quantidade de vérnix o bebê terá ao nascimento, mas isso não representa nenhuma desvantagem ou problema clínico. Ele tem como função fazer uma barreira na pele e evitar a perda de água, atuando como grande agente de hidratação. A barreira mecânica feita por esse creme ultra-hidratante é importante para as primeiras necessidades da pele do bebê, como por exemplo, a manutenção da sua temperatura e proteção contra infecções bacterianas.

Ele ajuda também na formação do manto ácido, responsável por evitar o o crescimento de bactérias patogênicas. Ao nascimento, o pH da superfície da pele é praticamente neutro (6.5), e se torna mais ácido com o tempo para aumentar a capacidade de defesa da pele.

A Organização Mundial de Saúde em suas diretrizes para os cuidados com o bebê indica que o primeiro banho não deve ser dado antes das primeiras seis horas de vida. Muitos hospitais com práticas humanistas na Europa deixam e orientam que os pais dêem o primeiro banho apenas no dia seguinte ao nascimento e muitos neonatologistas declaram que quanto mais tarde, melhor, assegurando que não há nenhum mal ou risco nisso e que os resíduos de parto não são sujeira, portanto estão longe de provocar qualquer contaminação. Novas pesquisas indicam que o vérnix possui propriedades imunológicas; deixá-lo mais tempo sobre a pele do bebê é o mesmo que deixar por mais tempo uma importante camada de proteção, fazendo com que seu sistema imunológico se fortaleça.

Essa prática de adiar ao máximo o banho faz mais sentido ainda para os nascimentos em hospitais, onde todos estão mais expostos ao risco de infecções. O vernix ainda contém melanina, que protege a pele do bebê contra a radiação ultravioleta da luz solar e suas propriedades ultra-hidratantes manterão a pele do bebê mais macia e elástica.

Há muitas razões para que pais passem a questionar não só o momento do primeiro banho, como a maneira como ele é realizado, e uma delas é por causa do líquido aminiótico, onde o bebê esteve imerso todo o tempo dentro do útero. O líquido aminiótico tem também a função de prover resistência extra à infecções, ou seja, quanto mais tempo o bebê ficar em contato com o líquido aminiótico em seu corpo após o nascimento, melhor.

Ao nascer, o bebê precisa apenas ter seu corpo delicadamente seco, isso pode ser feito com calma, estando ele colado ao corpo da sua mãe, afinal, os bebês querem e precisam ficar o mais próximo às suas mães pelo maior período de tempo no pós-parto imediato, e nas primeiras horas de vida.

Não há razão de promover separação por causa do banho. O calor e o cheiro do corpo da mãe, e contato pele-a-pele, o início da amamentação devem ser prioridades na primeira hora de vida do bebê, e não o banho, muito menos os esfregaços vigorosos dados pela equipe de enfermagem, para que o bebê não traga nenhum resquício de nenhuma substância de sua vida intra-uterina. Separar mãe e bebê nessa hora crucial com o propósito de dar-lhe banho não tem nenhuma base científica.

A transição do meio líquido intra-útero para o meio aéreo ao nascimento deve ser a mais suave possível. O bebê precisa sentir segurança e o único lugar onde isso é plenamente possível é no colo de sua mãe. Recém-nascidos precisam, ao nascimento regular sua temperatura, e tanto a presença do vérnix em seu corpo como o contato pele-a-pele com sua mãe fazem grande diferença nesse processo.

Retirar o bebê de perto de sua mãe o obrigará a efetuar maior esforço para manter sua temperatura ideal, e a pele da mãe é o lugar ideal para que o bebê faça isso. Outro problema relacionado também com essa separação é que ela também altera os níveis de stress e açúcar no sangue do bebê.

Longe da mãe, ele certamente vai chorar, se sentir desprotegido, desconfortável e angustiado, seu corpo irá secretar hormônios em resposta a essa nova situação, seus batimentos cardíacos e pressão sanguínea podem aumentar e os níveis de glicose caírem temporariamente, e se a glicose no bebê estiver sendo monitorada, provavelmente ele receberá soro glicosado e fórmula, o que pode caracterizar já nesse momento uma das primeiras intervenções para aumentar o risco em comprometer o estabelecimento do aleitamento.

Parece trágico e fatalista, mas quando se agregam tantos outros fatores relacionados à hospitalização e suas intervenções não científicas, vê-se que isso é mais corriqueiro do que parece. É o famoso efeito cascata, que ocorre constantemente dentro dos serviços de saúde.

Por isso, além de se ter um plano de parto para si, é importante que as mulheres tenham em mente quais são os procedimentos para com os seus bebês ao nascer, fazerem suas escolhas e lutar pore elas. Se mãe e bebê permanecem juntos por mais tempo, há maiores chances dele manter tanto os níveis de temperatura quanto de açúcar no sangue adequados.

O bebê pode ser banhado sem pressa num outro momento, seja por sua mãe, seu pai ou mesmo por alguém mais próximo da família escolhido por seus pais. Isso significa estreitar mais ainda laços que foram construídos ao longo da gestação, já que o bebê conhece mãe, pai e parentes próximos pela voz, faz todo sentido que esse primeiro cuidado, o banho seja realizado pro algém mais íntimo. É claro que uma enfermeira amorosa pode fazer um super trabalho ao dar o primeiro banho do bebê, mas sem pressa, o bebê não precisa disso.

Por Gaby Patriota, doula e educadora perinatal.

Referências:

Loring, C., Gregory, K., Gargan, B., LeBlanc, V., Lundgren, D., Reilly, J., . . . Zaya, C. (2012). Tub bathing improves thermoregulation of the late preterm infant. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs, 41(2), 171-179. doi: 10.1111/j.1552-6909.2011.01332.x

Medoff Cooper, B., Holditch-Davis, D., Verklan, M. T., Fraser-Askin, D., Lamp, J., Santa-Donato, A., . . . Bingham, D. (2012). Newborn clinical outcomes of the AWHONN late preterm infant research-based practice project. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs, 41(6), 774-785. doi: 10.1111/j.1552-6909.2012.01401.x

Ng, P. C., Wong, H. L., Lyon, D. J., So, K. W., Liu, F., Lam, R. K., . . . Fok, T. F. (2004). Combined use of alcohol hand rub and gloves reduces the incidence of late onset infection in very low birthweight infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed, 89(4), F336-340. doi: 10.1136/adc.2003.031104

Preer, G., Pisegna, J. M., Cook, J. T., Henri, A. M., & Philipp, B. L. (2013). Delaying the Bath and In-Hospital Breastfeeding Rates. Breastfeed Med. doi: 10.1089/bfm.2012.0158

Visscher, M. O., Utturkar, R., Pickens, W. L., LaRuffa, A. A., Robinson, M., Wickett, R. R., . . . Hoath, S. B. (2011). Neonatal skin maturation–vernix caseosa and free amino acids. Pediatr Dermatol, 28(2), 122-132. doi: 10.1111/j.1525-1470.2011.01309.x

sábado, 22 de novembro de 2014

Parto Humanizado

O parto humanizado é quando a mulher tem suas vontades respeitadas. Ela é avisada sobre os procedimentos o porque é feito e ela escolhe se deseja ou não fazê-lo. Ela pode se alimentar e beber líquidos, escolher a posição, andar, sentar, agachar, chorar, gritar, cantar, dançar,  escutar música,  falar ao telefone,  mexer no celular,  pode estar antes, durante e depois com um acompanhante o tempo todo,  ela pode fazer força quando sentir vontade ( força comprida ou força de coco aumentam as lacerações e aumenta o risco de sair hemorróidas) o bebê não é puxado,  ninguém sobe em cima da barriga da mulher,  nem mutila sua vagina (corte, pique, episiotomia), não induzem o parto,  não colocam soro com ocitocina (isto dói muito),  não estouram sua bolsa ( ai isto dói), a mãe pode ficar na banheira quentinha ou chuveiro para ajudar a relaxar e na dilatação,  o seu tempo, momento e vontades são aceitos, ela recebe apoio e aconchego, a mãe pode ter o bebê sentada no banco de parto, de cócoras (uma das melhores posições), você não é obrigada a fica deitada em posição ginecológica,  nem será submetida a exames de toques desnecessarios, quando seu bebê nascer, ele vai direto para o seu colo,  se ele quiser já pode  mamar,  o cordão umbilical nao é cortado imediatamente,  só depois de terminar de transmitir todo o sangue que há nele, que pertence ao seu bebê, o que garante em risco zero de anemia, isso leva uns 10 minutos, seu bebê não é levado para longe de você e nem fica horas no berçário,  o alojamento é conjunto o que favorece o vínculo entre a mãe e o bebê.  O parto humanizado é isso... Respeito pela mãe e pelo bebê.
Tenha seu filho, o parto é seu, as escolhas são suas, empodere- se e não tenha o momento mais feliz da sua vida roubado!
As pessoas não entendem o quanto a sociedade trata com violência a mulher, nos inferioriza, violenta, nós temos o direito de
sermos respeitadas. Está enraizado na nossa cultura que é normal a mulher sofrer,  sentir muita dor, mas a verdade seja dita,  as contrações doem sim e muito (cólicas fortes ), afinal os ossos estão se abrindo para o bb passar,  mas o que realmente dói,  é a violência,  são as intervenções desnecessárias e invasivas, a falta de respeito com as suas vontades,  é o corte, isto é o que realmente dói, e mais do que fisicamente,  dói na alma, pela violência sofrida e por isto a maioria não quer ter parto normal,  mas não sabem que este parto de normal não tem nada. Este é um parto anormal. Por isto quem tem, fica horrorizada,  ou não quer ter mais filhos ou prefere cesárea.

Não deixe o bebê chorar

De todas as teorias do universo materno, as que me assustam são: não dar colo para o bebê, regular a amamentação em horários cronológicos e deixar o bebê chorando. Elas me pegam na alma.

Bebes não sabem falar, nasceram em um ambiente aquático, escuro, cheio de movimento e calor e estão do lado de fora.

Precisam ser alimentados, estranham. Descobrem no peito uma maneira de ter o aconchego pleno.

Basta ver uma cadela: quando o filhote chora a mãe corre e aconchega. Bebês não choram a toa e se choram estão pedindo:

- Por favor me ajude

Ajude a dormir, a enfrentar a solidão, a lidar com a temperatura que oscila.

Quando um bebê pede colo ele está reconhecendo que você é uma segurança.

Quando você nega esse colo ele pode se acostumar com a negligência e resignar-se. Mas ele não está feliz.

Eu adoro o conceito: permita que as crianças sejam dependentes no momento em que podem ser, para que sejam independentes para toda a vida.

O que mais vejo neste mundo são pessoas dependentes e resignadas.

Dependentes de comida, de medicamentos, de sexo, de necessidade de aceitação.

São, algumas vezes, sobreviventes de pequenos ou grandes abandonos.

Algumas vezes vendo esses programas que difundem a idéia da Torturadora de bebês eu sinto algo inexplicável: eu choro com a mãe que chora, com o filho que dorme soluçando.

Não há nada mais fácil e prazeroso para mãe e bebê do que deitar junto com o bebe e dormir agarradinho.

É tão rápido que eles crescem. O que são 3 anos diante de uma vida toda?

Queremos tanto a independência precoce, exaltamos isso como troféu e depois questionamos onde se perdeu esse fio.

Eu vejo idosos abandonados com cuidadores ou em asilos e vejo ali o reflexo de uma sociedade que fecha os olhos para os dependentes trocando o amor por tecnologia, chupeta, mamadeira, berço que balança e no fim, uma cama fria e olhos de uma profissional contratada.

Assim começa a vida, assim ela termina. No meio um grande vazio que tentamos preencher. Um vazio cultivado em nome dessa ilusória independência precoce.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Você sabe o que é Violência obstétrica?

– Tratar a gestante ou parturiente de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faça se sentir constrangida pelo tratamento recebido;

II – Recriminar a parturiente por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas, bem como, por característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros;

III – Não ouvir as queixas e dúvidas da mulher internada e em trabalho de parto;

IV – Tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz;

V – Fazer a gestante ou parturiente acreditar que precisa de uma cesariana quando esta não se faz necessária, utilizando de riscos imaginários ou hipotéticos não comprovados e sem a devida explicação dos riscos que alcançam ela e o bebê;

VI -Realização de procedimentos que incidam sobre o corpo da mulher, que interfiram ou causem dor, ou dano físico com o intuito de acelerar o parto por conveniência médica.

VII- Recusar atendimento de parto, haja vista este ser uma emergência médica;

VIII- Promover a transferência da internação da gestante ou parturiente sem a análise e a confirmação prévia de haver vaga e garantia de atendimento, bem como tempo suficiente para que esta chegue ao local;

IX – Impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferência durante todo o trabalho de parto;

X- Impedir a mulher de se comunicar, tirando-lhe a liberdade de telefonar, fazer uso de aparelho celular, caminhar até a sala de espera, conversar com familiares e com seu acompanhante;

XI- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas, exame de toque por mais de um profissional;

XII – Deixar de aplicar anestesia na parturiente quando esta assim o requerer;

XIII – Proceder a episiotomia quando esta não é realmente imprescindível;

XIV – Manter algemadas as detentas em trabalho de parto;

XV – Fazer qualquer procedimento sem, previamente, pedir permissão ou explicar, com palavras simples, a necessidade do que está sendo oferecido ou recomendado;

XVI- Após o trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomodar a mulher no quarto;

XVII- Submeter a mulher e/ou o bebê a procedimentos feitos exclusivamente para treinar estudantes;

XVIII – Submeter o bebê saudável a aspiração de rotina, injeções ou procedimentos na primeira hora de vida, sem que antes tenha sido colocado em contato pele a pele com a mãe e de ter tido a chance de mamar;

XIX – Retirar da mulher, depois do parto, o direito de ter o bebê ao seu lado no Alojamento Conjunto e de amamentar em livre demanda, salvo se um deles, ou ambos necessitarem de cuidados especiais;

XX – Não informar a mulher, com mais de 25 (vinte e cinco) anos ou com mais de 02 (dois) filhos sobre seu direito à realização de ligadura nas trompas gratuitamente nos hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS);

XXI – Tratar o pai do bebê como visita e obstar seu livre acesso para acompanhar a parturiente e o bebê a qualquer hora do dia.